Carta aberta de desfiliação do PDT

Carta aberta de desfiliação do PDT
Aurelio Fernandes [*]

“E assim como na vida privada se diferencia o que um homem pensa e diz de si mesmo do que ele realmente é e faz, nas lutas históricas, deve-se distinguir, ainda mais, as frases e as fantasias dos partidos de sua formação real e de seus interesses reais, o conceito que fazem de si, do que são na realidade.”
Karl Marx

“Em um desses momentos em que as traições castigavam o PDT, Brizola desabafou com Neiva Moreira, então líder da bancada na Câmara: “Qualquer dia desses, eu fecho esse partido e vou fundar um Movimento Nacional de Libertação… Os políticos nunca vão criar vergonha! “.”
El caudilho Leonel Brizola de FC Leite Filho


Como tudo começou...

No ano de 1982 o povo trabalhador do Estado do Rio elegeu Leonel Brizola Governador do Estado do Rio de Janeiro. Das bases do movimento sindical e operário, às favelas cariocas, passando pelo movimento das associações de moradores e estudantil, uma maioria esmagadora se identificava com o sentimento de transformação política que Brizola encarnava.

Lideranças expressivas no campo popular e classista de luta contra a ditadura e pelas reivindicações populares e nacionais – Luiz Carlos Prestes, Darcy Ribeiro (candidato a vice), Roberto Saturnino Braga, Adão Pereira Nunes, Bayard de Maria Boiteux, Amadeu Rocha, Neiva Moreira, Francisco Julião, Gregório Bezerra, Theotonio dos Santos, José Maria Rabelo, Vânia Bambirra, Rui Mauro Marini, dentre outros – e dos movimentos sociais oriundas ou influenciadas por lutadores sociais dos velhos PTB, PCB e PSB e da chamada “nova esquerda” se somaram na vitória política de Brizola.

Brizola representava no imaginário popular a retomada do fio da história das lutas populares e a resposta mais radical possível à ditadura militar. Assim, influenciada pela conjuntura política, uma quantidade enorme de jovens trabalhadores e estudantes acabaram por se filiar ao “partido do Brizola”: o PDT.

Foi nesse momento, com 21 anos de idade, que me filiei ao partido através de sua organização juvenil: a Juventude Trabalhista do PDT, hoje Juventude Socialista do PDT. Foi na construção desse instrumento político e em suas lutas políticas que iniciei meu processo de construção de referenciais políticos e ideológicos. Atuei na Juventude por mais de uma década assumindo várias tarefas como militante, dirigente estudantil, dirigente estadual e nacional, notadamente nas atividades de articulação e educação política.

As lutas populares e internas no PDT despertaram em um grupo de jovens a necessidade de empreender um estudo coletivo da história do trabalhismo, socialismo e das lutas populares no Brasil e na América Latina. A partir destas reflexões e discussões, confeccionamos, em 1987, os Fundamentos Básicos para a Libertação Nacional, assumindo um referencial teórico marxista identificado com a Revolução Cubana e com o processo revolucionário sandinista, e vinculado nacionalmente com o brizolismo entendido como um somatório das afinidades ideológicas e tradições de luta nacionalistas, revolucionárias e populares da década de 60.

Concluímos que a construção do socialismo no Brasil tem como tarefa política e ideológica recolher, de forma crítica e inovadora, experiências históricas de larga duração oriundas dos setores nacionalistas revolucionários e populares dos velhos PTB, PCB e PSB, da Organização Revolucionária Marxista - Política Operária / ORM-POLOP e da chamada “nova esquerda”. Além disso, fundamentamos teoricamente nossa identidade com o projeto histórico brizolista, que naquele momento se identificava com a refundação do Trabalhismo como caminho brasileiro para o socialismo.

Esse projeto aglutinou nacionalistas e marxistas de diversos matizes de esquerda oriundos das experiências históricas da década de 60. Ao propor retomar o fio da história e combatendo o hegemonismo e o aparelhamento dos movimentos populares, o PDT, ao contrário de outros projetos partidários, poderia tornar possível a construção de um espaço político onde a unidade e a diversidade necessária ao processo de gestação da vanguarda compartida da luta pela libertação nacional rumo ao socialismo estaria presente.

Entendíamos que o PDT apresentava-se como um partido de natureza popular e antiimperialista, ainda pouco organizado, que poderia aprofundar nas lutas internas e nos movimentos sociais, sua natureza de partido que buscava a unidade do campo popular e classista.

Nossa atuação...
A ampliação desse debate no seio da Juventude Socialista do PDT levou a uma hegemonia à esquerda em suas instâncias diretivas e apontou a necessidade de iniciar um processo de reorganização baseado na nucleação de seus militantes. Como reflexo desse processo, do qual participei ativamente, surgem boatos, em 88, sobre a minha candidatura à Presidência Nacional da JS/PDT.

Preocupada com a possibilidade da Juventude reagir de forma critica às articulações que o partido encaminhava com vistas à eleição presidencial de 89, a direção nacional do PDT interveio em nosso Congresso Nacional em 89, “indicando” Garotinho, então prefeito de Campos, como “presidente interventor”.

Cerca de três anos depois, com a JS-PDT nacionalmente desarticulada, fui convidado pela direção nacional do PDT a assumir a Presidência da Juventude, ao qual recusamos, propondo a realização de um Congresso Nacional em Vitória para eleger nova direção e refundar a Juventude.

Após a derrota eleitoral de Brizola em 89, propomos uma discussão sobre os rumos de um PDT cada vez mais envolvido na lógica “eleitoreira” da democracia burguesa e inserido na chamada “crise do socialismo”. Isto levou à necessidade de criar, em 91, o Núcleo de Estudos Pela Esquerda – NEPE que editou e divulgou nacionalmente os Fundamentos Básicos para a Libertação Nacional e nossos posicionamentos nas instâncias partidárias.

Com o passar do tempo este encontro da militância com o estudo sistemático levou à necessidade de imprimirmos uma intervenção mais orgânica na vida partidária. Iniciamos, então, o processo de construção de uma corrente no PDT.

A corrente PDT Pela Esquerda tinha como objetivo defender os interesses históricos do campo popular e classista no partido. Um instrumento aglutinador dos militantes brizolistas - socialistas, comunistas e nacionalistas revolucionários de todo o país - compromissados, na prática cotidiana, com a retomada do fio da história das lutas populares brasileiras e construção, pela esquerda, de um PDT antimperialista, popular e classista.

A atuação critica e propositiva da corrente, editora de cerca de dezoito números do boletim PDT a Conversa é Pra Valer que iniciou um processo de ampliação em várias instâncias partidárias para outros estados além do Rio de Janeiro e nos movimentos sociais, levou a um processo permanente de tentativas de cooptação e isolamento de nossos militantes e dirigentes.

No meu caso especifico, desde 1989, após romper politicamente com o deputado estadual Fernando Lopes e ser demitido de seu Gabinete, optei, apesar de convites para participar de governos ou de outros gabinetes de parlamentares do partido, por sustentar minha família exercendo o magistério em escolas nos municípios do Rio e Volta Redonda.

Somente, tempos depois, em 1994, abandonei parte das escolas devido ao convite do Sr Manoel Dias para assessorar a secretaria executiva da Direção Nacional do PDT; assessoria da qual fui sumariamente demitido, durante férias coletivas, sem nenhum aviso prévio ou explicação, em fevereiro de 1995. Um “castigo” por nossas divergências com a linha política da direção nacional, que expressei em documento de nossa corrente, lido por mim em reunião do diretório nacional para avaliação das eleições de 94.

Um dia após a minha demissão, iniciei a militância no Instituto Alberto Pasqualini. Durante sete anos, de 1995 até 2001, além de implementar a educação política em vários estados, participamos ativamente no processo de transformação do IAP em Fundação. É importante frisar que de 1995 até o inicio do ano de 1998 assumi nacionalmente um conjunto de responsabilidades de direção e tarefas no IAP em vários estados sem nenhum tipo de vínculo empregatício ou ajuda financeira do IAP ou da direção nacional do PDT.

Como conseqüência dessa atuação, fui convidado pela direção nacional do PDT, na pessoa do Sr Carlos Lupi, para assumir a secretaria executiva da Fundação. Nesse momento, propus a redução em 50% do salário proposto, pois além de serem valores exagerados para a realidade de um partido popular, não pretendia ficar “refém” de um salário que mudaria radicalmente meu padrão de vida.

Nos anos que estive na FAP, hoje Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini, várias propostas de planejamento e projetos foram encaminhados à executiva do IAP/FAP e poucas foram às atividades que conseguimos desenvolver de forma planejada e continuada. O pouco sucesso nessas empreitadas estão diretamente relacionados com o voluntarismo, o improviso, falta de equipe e de planejamento na instituição.

De 95 a 2001 a diretoria do IAP/FAP sequer realizou uma reunião deste órgão partidário, sendo que tal realidade, somada à total falta de vontade política da direção nacional em investir na educação política dos militantes, impediu sobremaneira a continuidade dos trabalhos ou sua intensificação e ampliação.

O aprofundamento da crise ideológica no PDT nos levou a construção do Fórum de Militantes do PDT ao final do ano de 2000. Esse fórum editou alguns números do Jornal “O Militante”, apontando as contradições do partido em sua crise política e seu afastamento do projeto histórico brizolista, além de catalisar algumas lutas internas importantes: posicionamento contra a fusão com o PTB, em defesa de candidaturas próprias, posicionando-se ao lado de Brizola na luta interna contra a família garotinho, questionando a política do fato consumado em varias e importantes decisões partidárias como a criação da chamada Frente Trabalhista e o apoio a Ciro Gomes e a filiação do Sr Paulinho da Força em São Paulo dentre outras lutas.

Nossos questionamentos, a inorganicidade e a falta de compromisso político da direção nacional com a educação política na FAP, e as lutas internas em que questionávamos a coerência da linha política partidária com o brizolismo, conduziram ao afastamento de minhas tarefas e funções na fundação e a ser “colocado a disposição” da direção regional do PDT-RJ a partir de 2002.

Anos depois, retornei à direção da fundação, agora Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini, contra a vontade do Sr Manoel Dias, que assumia a Presidência da FLB-AP, ambos indicados pela direção nacional do PDT. Desde o primeiro momento evidenciou-se o assédio moral em relação a mim, devido a nossas divergências políticas e enfrentamentos relativos ao Fórum de Militantes do PDT e, secundariamente, por encaminhamentos relativos à criação e ao funcionamento da “Universidade” Aberta Leonel Brizola, cujo projeto foi imposto sem maiores reflexões, de forma pedagogicamente equivocada, tornando-se uma TV PDT vinculada a uma plataforma de EAD para “cumprir tabela” relativa a educação política que se torna a cada dia mais eleitoreira. Tudo isso a despeito dos esforços dos companheiros envolvidos honestamente na construção desse instrumento.

Resisti ao assédio moral do Sr Manoel Dias até a minha demissão em 2009, referendada pela direção nacional do PDT e fundamentada curiosamente em um suposto processo de reestruturação da instituição devido à crise financeira.

O fim de um ciclo...
A partir de 1983 e da derrota da emenda das Diretas, a direção nacional do PDT aprofundou o afastamento do projeto original de Lisboa e assumiu a proposta vanguardista de, partindo da eleição de Brizola à Presidência da República, iniciar “pelo alto” a destruição do atual modelo econômico neocolonial.

É neste ano que o PDT assume com a Carta de Mendes o chamado “socialismo democrático” – definição inexistente na Carta de Lisboa, no Manifesto e no Programa - e afirma que não pretende tomar o poder, mas chegar a ele pela via eleitoral. Com esta postura, a direção nacional do Partido esperava impedir, ou adiar, o ressurgimento do PSB e por outro lado respondia aos setores que acusavam Brizola de ser um incendiário, tornando sua candidatura à Presidência digerível por setores conservadores.

A partir daí, o PDT afasta-se das lutas sociais concretas dos excluídos e afunda cada vez mais na vala comum da participação exclusivamente parlamentar e eleitoral dos partidos de elite. Essa realidade alimentou o crescimento do eleitoralismo que subordinou toda a ação política do partido à possibilidade de conquistas eleitorais e contribuiu sobremaneira à derrota de Brizola frente a Lula no primeiro turno em 1989.

Com tal derrota, o PDT estava perante um dilema: retomar seu projeto histórico enfrentando a contradição entre a hegemonia do brizolismo na definição de nossas bandeiras políticas e a hegemonia do eleitoralismo e do liberalismo na definição das ações políticas e organizativas, ou enfrentar um profundo refluxo e até mesmo um processo de degeneração ideológica e política. A direção histórica do PDT optou por não enfrentar essa realidade e o que passamos a observar foi um afastamento cada vez maior do partido de seu projeto histórico.

O resultado são as crises e lutas internas sucessivas afetando profundamente a democracia interna do partido a partir da segunda metade dos anos 90 e desarticulando a militância do campo popular e classista em todas as instâncias. Nossa direção nacional, para fazer frente às lutas internas, desenvolve uma estratégia de reduzir a participação democrática nas instâncias partidárias.

Com a falta de discussão política, as instâncias e reuniões foram paulatinamente se transformando em espaços onde tudo imita a política e onde aos poucos, e a cada eleição, vão diminuindo os reduzidos espaços para qualquer sociabilidade digna. O convívio partidário transformou-se ele mesmo em cálculo – de sobrevivência ou de subserviência -, e todo o desprendimento desta lógica vai sendo “castigado”.

Nesta atmosfera apenas a intriga tornou-se permutável, transformando o PDT em uma agremiação política marcada pelas retaliações e interesses pessoais.
Cada vez mais a política vai sendo vista de forma liberal, como uma disputa pela filiação e apoio dos políticos profissionais e o partido funciona por espasmos e a reboque do processo eleitoral de dois em dois anos. Isso alimentou o crescimento do eleitoralismo, afastou o partido das lutas sociais concretas do povo trabalhador, tornando inorgânica e inócua a atuação dos militantes nas lutas de massas dos movimentos sociais, e subordinou toda a ação política do partido à participação exclusivamente parlamentar e eleitoral.

No começo, essa realidade ficou obscurecida pela coerência e experiência histórica dos que tomavam as decisões pelo partido. Lutadores sociais como Leonel Brizola, Edmundo Moniz, Adão Pereira Nunes, Francisco Julião, Neiva Moreira, Bayard Boiteux, Amadeu Rocha, Carmen Cinira, Brandão Monteiro, apenas para citar alguns deles.
Porém, isso foi comprometido pelo tempo. Para nossa tristeza, esses lutadores não são eternos.
Através de seu exemplo deixam ensinamentos para que as futuras gerações utilizem como instrumentos da luta popular.

A falta de organicidade de nosso partido somada à crise existente nos movimentos sociais e políticos favoreceram o voto de máquinas eleitorais e não ideológico, e a falta desses companheiros levou a uma hegemonia nas decisões partidárias de uma elite partidária abençoada pelo voto e pela amizade, clientela ou parentesco.

A partir daí, o partido aprofundou sua contradição principal entre a hegemonia do brizolismo na definição de nossas bandeiras políticas e a hegemonia do eleitoralismo e do liberalismo na definição das ações políticas e organizativas, o que nos encaminhou a uma série de divisões onde membros dessa elite partidária (como Cesar Maia, Marcelo Alencar, Dante de Oliveira, Jaime Lerner, Garotinho, aliados a uma parcela “dos abençoados pela amizade, clientela ou parentesco”), tentavam tomar de assalto o partido e impor seus projetos pessoais e eleitoreiros.

Nesses momentos, por absoluta falta de discussão política e vida partidária permanente nas instâncias, grande parte da “massa” do partido deixou-se levar pelo discurso fácil da falta de democracia interna, por parte daqueles que sempre se locupletaram da mesma, e acompanham essas “novas lideranças”. Com tudo isso, o PDT, que foi o maior partido de esquerda do Brasil na década de 80, foi perdendo densidade política e eleitoral e se tornou um pequeno partido nos anos 90.

Nossos diretórios passaram a privilegiar a discussão do exercício e/ou conquista de cargos públicos, não definindo linhas políticas e organizativas para nossas instâncias e para nossa atuação nos movimentos urbanos e do campo. Questões primárias relativas à organização, como, planejamento das ações políticas; reuniões permanentes; capacitação política; imprensa partidária periódica e permanente, e uma política de finanças menos dependente dos militantes com cargos de confiança nos parlamentos e nos governos, e do fundo partidário foram descaracterizadas pelo eleitoralismo pelo qual os militantes são vistos como meros cabos eleitorais, as instâncias como espaços para angariar votos e a educação política como simples agitação e propaganda de programas eleitorais e futuras candidaturas.

Hoje as instâncias formais apenas são ouvidas quando as decisões já foram tomadas pela elite partidária “abençoada” pelo voto, amizade, parentesco ou clientela. A “massa” – dirigentes intermediários e de base e os militantes-cabos eleitorais - é convocada apenas para referendar o consenso dessa elite partidária.

Desde antes da morte de Brizola essa elite partidária traçou uma estratégia para sua sobrevivência, assumindo como tática o aprofundamento da política do fato consumado, baseada no eleitoralismo e liberalismo, consolidando o PDT como um partido de aluguel e balcão de negócios eleitoreiros. Nesse processo, os interesses regionais e pessoais tomaram de assalto o PDT. A ironia é que o PDT reivindica a mística em torno da Revolução de 30, mas reproduz a política dos governadores e os partidos regionais das oligarquias estaduais que Getulio tanto combateu...

O resultado desta lógica partidária são instâncias onde os procedimentos são rituais, a começar pelas intervenções nas reuniões dos diretórios e executivas, uma vez que todos dizem exatamente o que se espera que digam, comprometendo consequentemente a elevação da consciência política de nossa militância e nos levando a um processo de resignação política de dirigentes e militantes.

Essa tática, transformada em estratégia permanente, é o fruto trágico da degeneração do PDT, comprometendo toda uma geração de dirigentes e militantes que não acredita mais nas lutas do povo trabalhador e menos ainda na viabilidade do projeto histórico do PDT de transformar profundamente a realidade brasileira a partir das lutas nacionais, democráticas e populares rumo a uma sociedade socialista.

Esse dirigentes produzem rituais comemorativos formais nas datas históricas do trabalhismo e do brizolismo, usando o nome de Brizola unicamente para garantir seus interesses menores. Não é para menos que em 2003, um ano antes de morrer, perante a pressão para negociar a aproximação com o governo Lula, Brizola aponta para a possibilidade de “fechar” o PDT e fundar um Movimento Nacional de Libertação.

A necessidade de recomeçar...
Com a ausência de Brizola o PDT, aprofundou sua distância do enfrentamento das questões de importância estratégica para o país e, paralelamente, abandonou o projeto histórico brizolista. Nada mais obscurece que a degeneração política e ideológica do PDT levou a sua cooptação petucana.

Ao entrar na base aliada do Governo Lula, o PDT assumiu claramente o neoliberalismo petucano abandonando suas bandeiras históricas por um vago discurso de defesa do trabalho e de manutenção das conquistas da CLT e se tornando uma sublegenda para justificar a ocupação de cargos e o uso dos recursos do MTE.

Como afirmou o último manifesto do Fórum de Militantes, “O PDT não se posiciona firmemente sobre temas como a reforma agrária, urbana e política, a precariedade da educação pública, a inexistência de uma política de saúde e o ressurgimento do fascismo nas políticas públicas de segurança e na criminalização da pobreza e dos movimentos sociais.

O PDT nada diz sobre a omissão cúmplice do governo Lula em relação à necessária auditoria e revisão da “privataria” do governo entreguista FHC, quando a totalidade das empresas estratégicas foi doada ao capital internacional e a PETROBRAS transformada em uma “empresa estatal de interesse privado”.

Omite-se quanto à entrega da Amazônia ao capital internacional e em relação aos enormes valores repassados ao agronegócio através de perdões e protelações de dívidas, enquanto a reforma agrária se torna uma política virtual e os assentamentos rurais e os pequenos agricultores são abandonados à própria sorte. Isto, sem falar na autonomia real do Banco Central nas mãos de um banqueiro tucano que garante rios de dinheiro aos bancos e aos investidores internacionais.

No mais, questionar o perdão das dívidas das Organizações Globo ao BNDES ou levantar na prática a defesa contundente da democratização dos meios de comunicação e o combate das perdas internacionais seria exigir demais de um PDT domesticado.”

Ouso afirmar que se Brizola estivesse vivo estaria denunciando duramente a manipulação que está sendo feita pelo governo Lula com o objetivo de convencer o povo brasileiro de que a atual crise do capitalismo é simples e transitória. Afirmam, inclusive, o PDT e seus representantes no governo e no parlamento, que essa crise será facilmente superável.

Vivemos uma grave crise estrutural do sistema capitalista. Uma verdadeira crise civilizatória que coloca em risco o futuro da humanidade. Uma crise estrutural que se manifesta de diversas formas e afeta a todos os níveis da vida em sociedade.

Essa crise atual é uma oportunidade para construir um novo caminho. Getúlio percebeu isso em 30 e Brizola na década de 60; hoje, o PDT se resume a um instrumento meramente eleitoreiro, que se recusa a cumprir o papel que a história está exigindo.
Brizola marcou a minha geração pela coerência com sua história de lutas, a coragem de defender aquilo em que acreditava e a ousadia de sempre dizer a verdade ao povo. Não foram poucas às vezes em que discordamos sobre os caminhos do PDT, mas nossas divergências se davam no campo do brizolismo.

Hoje o PDT não mais representa a memória de Leonel Brizola e menos ainda o brizolismo como instrumento de libertação nacional e social do Brasil. Não vejo mais nenhuma possibilidade de aprofundar quaisquer discussões políticas nas instâncias desse partido e ocorrer uma mudança em seus descaminhos.

A falta de democracia interna somada à degeneração de toda uma geração de dirigentes e militantes, e à “ampliação” petucana que tem sido capitaneada pela direção nacional, acabou com os últimos resquícios de sociabilidade digna nas instâncias do partido, e o que é mais grave, com suas disputas políticas internas.

Hoje tenho muito claro que o futuro do Brizolismo passa longe desse PDT que se degenerou. Por tudo isso, depois de 27 anos, saio do partido por coerência com o brizolismo.
Para que alguns ciclos políticos se abram, é realmente necessário que outros se fechem. Muitas vezes a vida vai lá e fecha por nós, na pancada, no susto. Muitas vezes, ficamos segurando porque dedicamos a maior parte de nossas vidas à construção de um projeto político, ou apenas receamos estar errados. Mas a realidade se impõe e temos que decidir, mesmo que pareça tão difícil.

Essa é uma decisão política que tomo sozinho depois de muita reflexão. Posso dizer sem medo de estar exagerando que empreguei, os assim chamados, “melhores anos da vida” ao projeto histórico do PDT. Não me arrependo um só milímetro, pois foi nessas lutas que moldei o meu caráter e as minhas convicções de nacionalista revolucionário e comunista, enfim de brizolista.

Tenho, também, absoluta certeza que as esperanças de um futuro para a luta de libertação nacional rumo ao socialismo passa bem longe dos partidos institucionais que temos hoje e que se arvoram "de esquerda", "socialistas", "comunistas" e/ou "revolucionários". Por isso, não pretendo militar em qualquer outro partido institucional.

Hoje, todos esses partidos, mesmo aqueles que estão na oposição institucional ao petucanismo, vivem crises com seus projetos históricos muito semelhantes com o que vivenciei no PDT ou se perdem vendendo ilusões com o mercado eleitoreiro em que se transformaram os partidos políticos e as eleições.

Sei que deixo no PDT amigos, camaradas e compatriotas que ainda acreditam na possibilidade de enfrentar a degeneração do PDT e que contarão sempre com minha solidariedade militante. Também existem lutadores em diversos partidos institucionais, insistindo, por amor ao que esses organismos significaram para eles e para a história do país, na necessidade de lutar internamente para reconduzi-los às bandeiras históricas presentes em suas fundações.

Lamentavelmente muitos ainda teimam em não levar em conta que as regras institucionais garantem um imenso poder aos dirigentes e militantes que se degeneraram. Para cada lutador social e político conquistado ideologicamente, eles trazem dezenas de indivíduos que sequer sabem o que é política, mas que irão filiar-se sem pensar duas vezes se isto significar alguma possibilidade de ganho financeiro e/ou proximidade com esferas de poder que lhes garantam o atendimento de seus interesses pessoais.

Portanto, o nascimento de organizações políticas que realmente tenham a capacidade de revolucionar o Brasil não se dará no ventre putrefato desses partidos, mesmo daqueles que outrora ajudaram a fazer a história da esquerda neste país. Estas organizações serão compostas pelos órfãos destes partidos...

Serão organizações políticas de novo tipo, populares, classistas e de combate e não meros instrumentos eleitorais. Em um primeiro momento, a questão do acesso ao poder pelas vias institucionais ficará em segundo plano, a prioridade delas será contribuir para a educação política e a organização do povo trabalhador em suas lutas por reivindicações concretas. Será nessas lutas que essas organizações construirão uma unidade na ação para conformar uma frente antiimperialista, popular e classista para encaminhar as lutas pela libertação nacional rumo ao socialismo.

Sendo assim, passo a dedicar integralmente as minhas energias na construção do Movimento Revolucionário Nacionalista - Círculos Bolivarianos/ MORENA-CB de inspiração bolivariana, brizolista e guevarista que é uma organização política de novo tipo que aposta e acredita na força do povo para libertar o Brasil dos desmandos do capital e do imperialismo.

Ousar lutar como brizolista!
Ousar vencer com o povo trabalhador!
Ousar sonhar com a libertação nacional e o socialismo!

Revolucionariamente,



Aurelio Fernandes
http://aureliofernandes.blogspot.com/ (Neste Blog estão os textos que considero mais representativos de tudo que produzi coletivamente sobre o projeto histórico e os rumos do PDT.). Contato: aurefern@uol.com.br

Rio, 15 de julho de 2009
[*] Licenciado em História pela UERJ com especialização em História do Brasil e Educação a Distância. Professor de História da Rede Pública Estadual. Professor de História do Trabalhismo da ULB. Membro do diretório nacional do PDT, membro honorário da JS/PDT, ex-membro dos diretórios estadual do Rio de Janeiro e municipal da cidade do Rio de Janeiro e diretor da FLB-AP. Faz parte da coordenação nacional do Movimento Revolucionário Nacionalista – Círculos Bolivarianos/MORENA-CB. Assessor da FAFERJ e militante do MTST/RJ. Foi diretor da CUT/RJ, do SEPE/RJ-RIII e da UEE/RJ.

Comentários

  1. Oi Aurélio, considero uma perda imensa para o PDT a tua desfiliação.Dá uma desanimo e a sensação de que nada pode ser feito para mudar o PDT. Mas,acredito em você e sei que a luta continua e projeto históricodo brizolismo também.

    ResponderExcluir
  2. solidariedade recebida

    Oséas,:
    Meu caro Aurélio,
    Te conheço desde, pelo menos, 1984, sempre coerente, guerreiro, lutador.
    O desfecho de agora já estava anunciado.
    Conte com minha IRRESTRITA solidariedade.
    abraços

    ResponderExcluir
  3. solidariedade recebida

    Juventude SG:
    O PDT esta perdendo um grande companheiro de luta..infelizmente os revolucionarios estão indo e os oportunista de plantão estão ficando....boa sorte companheiro

    ResponderExcluir
  4. solidariedade recebida

    Williamson 12:
    Solidariedade companheiro Aurélio...
    Realmente, o PDT, não é mais o mesmo dos tempos de Brizola...
    Boa Sorte!!!!
    Abraço!!!

    ResponderExcluir
  5. solidariedade recebida


    Andre Luis:
    É, Aurélio, é foda, cara, vc vai fazer bastante falta ao partido.
    Abs!

    ResponderExcluir
  6. solidariedade recebida

    Heitor:
    Força meu companheiro, deve estar sendo um momento difícil, mas tudo na vida passa. Acho que você demorou demais para perceber o óbvio que o PDT virou u morto-vivo, que ssombra pelo passado a classe dirigente, mas que é incapaz de fazer mal aos burgueses e seus lacaios vivos.

    ResponderExcluir
  7. solidariedade recebida

    Marco Vignoli:
    Companheiro Aurélio,

    Saiba que sou solidário e sua luta e sua história. Concordo com muitos pontos de sua carta também, assim como sabemos que muitos companheiros Brasil afora. A Militância agora não só continua, como tende a crescer, e a história será incubida de indicar a todos a vossa coerencia. Sucesso

    ResponderExcluir
  8. solidariedade recebida

    Cosme:
    Parabéns!
    Também pulei fora.Aquilo alí não é mais nada...
    Abraços!

    ResponderExcluir
  9. solidariede recebida

    Allan:
    minha solidariedade companheiro!
    conheço os posicionamentos do professor pelo BRIZOLISMO e por outras formas há algum tempo.
    Mesmo não o conhecendo pessoalmente, informo que seu conhecimento foi fundamental para a minha aprendizagem acerca do programa brizolista e do seu projeto histórico de construção do socialismo

    penso muito próximo em vários pontos da sua carta de desfiliação. Tenho certeza que sua decisão reflete a vontade de muitos, inclusive a minha, talvez tendo sido o fato que faltava para termos a coragem de tomar essa díficil decisão...

    saudações a quem tem coragem!

    ResponderExcluir
  10. Solidariedade recebida

    Renato Bacon:
    Eu já tinha visto ontem, Aurélio.
    Parabens pela corajosa decisão.

    ResponderExcluir
  11. Solidariedade recebida

    Ronei Silveira:
    Poxa Professor é uma grande perda para o PDT, o seu trabalho no Partido sempre foi inquestionável e sua coerência um exemplo para todos.
    Conte sempre com a minha amizade e lealdade.
    Precisando pode contar comigo.
    Abração.

    RONEI SILVEIRA

    ResponderExcluir
  12. Solidariedade recebida

    Mirim*Novos:
    Amigo, estou por muit descontente com o PDT, após ler a sua carta de desfiliação eu fiuqei chocado e me toquei em como está o PDT....

    To contigo.

    Abraços

    ResponderExcluir
  13. Solidariedade recebida

    Mauro:
    Nunca fui filiado. Mas sempre amei e amo cada vez mais o Leonel.
    Mas se fosse filiado, já tinha saído há muito tempo.
    Traição é um dos defeitos mais abjetos do ser humano. Odeio traidores !!!!
    E o PDT após a morte do Brizola, se transformou num antro de traidores.
    Agora, anularei meus votos. Coisa que nunca fiz antes.
    Me sinto órfão e sinto muita saudade do Leonel.
    Mas no meu coração e na minha mente ele vive cada vez mais intensamente.
    BRIZOLA VIVE !!!!!

    ResponderExcluir
  14. ADRIANO JOSÉ LIMA BERNARDO deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Uma nova linha política para um novo momento":

    Meu amigo Aurélio. Inicialmente, externo enorme tristeza por sua saída do PDT. Inquestionável sua dedicação e luta em manter nosso Partido alinhado a sua história. Sou testemunha disso. Sei e reconheço de coração aberto, da capacidade e do caráter que marcam sua vida e trajetória no PDT. Você é uma referência indiscutível e que serve de espelho para muitos. Você sempre alicerçou seus pensamentos e projetos, nos princípios fundamentais da vida, honestidade, fidelidade, lealdade, justiça, honra, dignidade e outros mais, que todos nós sabemos.O PDT perde um grande homem, o PDT perde àquele que sempre lutou ao lado de BRIZOLA contra tudo que esse capitalismo selvagem fez e faz de danoso ao nosso POVO. Todavia, não seria diferente esse ato de desfiliação, diante da grandeza da sua trajetória e irresignação que a cada instante nos deparamos no PDT. Confesso, que por muitas vezes pensei nisso, mas me acovardei, entendi que dentro dele, um dia poderia ser diferente, e sua gênesis brotaria novamente. BRIZOLA e o brizolismo são inseparáveis, e o PDT não poderia se desalinhar da sua longa caminhada, de lutas e conquistas. Relevante dizer ao amigo, que por muitas das vezes, conquanto mais afastado dos debates, quando refletia sobre uma possível saída, lia seus e-mails, mensagens e chamados e, então, àquele sentimento era removido, pelo simples fato de saber, ainda há vida dentro do PDT, ainda há esperança dentro do PDT, ainda há luta dentro do PDT, lá tem nosso amigo e companheiro Aurélio, que por seu ideal, e por muitos ausentes, como eu, luta pela sobrevivência do PDT consubstanciado na sua origem. Não direi que é uma mistura de tristeza com alegria, tristeza por saber que nosso amigo resolveu sair em obediência aos seus ideais, alegria por ter nessa decisão, a ratificação do caráter, lealdade e fidelidade do grande amigo Aurélio. Tive a honra de ser seu eleitor. Decerto meu VOTO foi perfeito. E Votarei quantas vezes necessário for. Amigo dentro do PDT e fora. Estarei e estou solidário a sua decisão. Conte sempre comigo. Grande abraço.

    ResponderExcluir
  15. Solidariedade recebida

    Pedro

    Caro Amigo e Companheiro Aurélio Fernandes

    Depois de ler e reler esta tua "Carta Aberta", em que fazes um balanço do PDT e de tua trajetória como militante e dirigente político, deixei a minha memória voltar ao tempo de fundação e organização do PDT. Foi bem interessante, pois, muito do que pensava ser fruto dos arroubos da formação do Partido, hoje sei que eram os ovos da serpente, embora tivéssemos a ilusão de serem da grande e poderosa ave da Liberdade.
    Desde os primeiros movimentos, talvez por acreditarem na irreversibilidade do fim da Ditadura e por serem mais pragmáticos no controle da máquina partidária, houve o enfeixamento do poder parte de segmentos que oscilavam entre a mais deslavada prática grupista e a necessidade de controle dos postos chaves do Partido. Para isso tudo era válido. Desqualificar e "queimar" companheiros foram comportamentos comuns e permanentes. Com isso, por suprema arrogância e pretensiosa visão de si mesmos, como se a esses grupos tivesse havido algo como a unção de "gente escolhida", aconteceram dois fenômenos difentes, mas da mesma natureza, o aparelhamento e a destruição do maior embrião de uma organização de massa agindo como um movimento libertador, nacionalista e imperialista, como era aquele formidável grupo popular da Brizolândia. Com o aparelhamento voltado para processos eleitorais houve o fracionamento a partir de candidaturas. Assim, quanto mais a questão eleitoral se tornava premente, mais distante ficávamos do que se tinha definido em Lisboa e no México.
    Aurélio, o PDT, bem como algumas outras organizações políticas, tem que ser visto e entendido também como uma estrutura política do sistema, logo sensível e passível aos mecanismos de cooptação e sedução do estabilshment. Um fato que deve servir como lição para futuras experiências organizativas e partidárias, pois, como dizia Lenin, "o Partido é o que é".
    Aurélio, meus cumprimentos pela decisão e pela coragem de abrir uma nesga da caixa-preta do PDT.
    Um abraço do
    Pedro Ayres

    ResponderExcluir
  16. Solidariedade recebida

    Companheiro
    Meu respeito, meu lamento e minha solidariedade.
    Abraços,
    Vinicius Ornellas

    ResponderExcluir
  17. solidariedade recebida

    Ismar

    Companheiro Aurélio,

    Sei que você nunca vai abandonar a luta apesar de abandonar o campo. Espero o teu regresso no dia que recuperarmos a luta Brizolista pelo Trabalhismo e Socialismo, meta do MRLB. Mesmo não concordando com a tua retirada respeito a tua vontade.

    Saudações Brizolistas,

    Ismar José Teixeira (Mazinho)

    ResponderExcluir
  18. solidariedade recebida

    André Gustavo

    Saudações ao companheiro Aurélio pela coragem e coerência herdadas de Brizola.
    Os verdadeiros herdeiros de Brizola, na verdade somos nós, que mantemso nas ruas e junto ao povo trabalhador brasileiro suas bandeiras e seus ideais. Um partido que se perverte da forma como aconteceu com o PDT é como uma linda plantação de flores do campo cuja beleza e a essência degeneraram por ter sido esta tomada por ervas daninhas. Não tem mais jeito, já era. Ainda que se trate a base de remédios e venenos, jamais voltará a ter o encanto que outrora a muitos cativou e inspirou. Principalmente quando o jardineiro-agricultor que antes de todos sonhou com aquele visual e trabalhou toda sua vida para torná-lo real, partiu para enfeitar outros campos distantes e inatingíveis para nós que aqui permanecemos neste pequeno povoado. Mas a obra desse artista permanece para sempre, enquanto ele viver na memória daqueles que, tendo visto um dia a beleza de suas realizações, se tornaram seus admiradores uns, e seus discípulos outros, honrando seu legado e dando sequência a seus sonhos, seguindo seus passos e dando continuidade a seus projetos.
    Brizola vive para sempre na luta do povo brasileiro que o ama e no coração daqueles que inspirados por ele, permanecem na senda de sua luta.
    André Gustavo.

    ResponderExcluir
  19. solidariedade recebida

    Ailton Miranda

    Conheço AURÉLIO FERNANDES, acho que o tempo que êle tem de PDT ou menos um pouso, comecei a militância na então JUVENTUDE TRABALHISTA já o encontrei e desde,aí temos militado juntos, participando do mesmo grupo político dentro do Partido.

    Acabei de falar com o AURÉLIO e disse que quando pessoas como êle saem do Partido algo de muito grave está acontendo, não com os que deixam mas com o próprio Partido.

    Hoje não sou o MILITANTE de anos atras, mas o que acredito isto a tempo não passa, e por isso a atitude tomada por nosso Companheiro e motivo de pensarmos e muito "onde estamos".

    Companheiro, Camarada e Amigo AURÈLIO FERNANDES como lhe disse a pouco minha solidariedade pelo ato de agora, sei bem que foi diificil, é uma vida.

    Grande abraço, a luta continua!

    Ailton

    ResponderExcluir
  20. solidariedade recebida

    Maria Lucia

    Caro Aurélio
    Li com muita atenção a sua "Carta Aberta de Desfiliação do PDT".
    Trata-se de um documento de grande importância política e que certamente contribuirá de forma efetiva para a reflexão de todos nós e para a educação política.
    Queira aceitar os meus sinceros cumprimentos pela sua digna atitude e por seus propósitos de agora passar a se dedicar ao MORENA. Um movimento que certamente pode vir a se tornar fundamental para a construção do socialismo no Brasil.
    Saudações Bolivarianas,
    Maria Lucia

    ResponderExcluir
  21. Solidariedade recebida

    Wladimir

    Solidarizo-me com seu momento, e fico feliz por eu fazer parte do MO. RE.NA círculos bolivarianos. Nos dois anos de movimento minha consciência política mudou bastante, isto está levando a mudança dos meus hábitos e me sinto mais digno com minhas ações. Vamos juntos companheiro. Rumo ao impossível!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!Vamos para frente!!!!!!!!!!Sempre!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Saudações Wladimir

    ResponderExcluir
  22. solidariedade recebida

    Fernando Bandeira

    Caro companheiro Aurélio,
    lamento profundamente sua saída do PDT. O que ocorreu seria um grande motivo para ficar no partido lutando internamente, como estamos fazendo com o movimento sindical e o movimento de resistência, a fim de que o PDT volte às suas origens. Sua saída vai nos enfraquecer. E o que é mais grave: muitos companheiros, certamente, vão vincular a saída do PDT a sua dispensa da Fundação. O que eu, francamente, não acredito.
    Com o abraço cordial,
    Fernando Bandeira.

    ResponderExcluir
  23. Caro Bandeira,
    Como você mesmo diz e escrevo na carta minha decisão foi pela degeneração do partido e pela mais absoluta inexistencia de sociabilidade digna em suas instancias, não tendo relação direta com minha demissão da FLB-AP.
    Aurelio

    ResponderExcluir
  24. Minha solidariedade ao Aurélio. Tem gente que só pensa em cargos pra família e na melhoria do seu bolso. Ideologia só da boca pra fora, e pensam que nós somos idiotas.

    ResponderExcluir
  25. Aurelio, me solidarizo a sua historia e a sua dor com tudo o que esta se passando com o PDT nacionalmente.
    Em MT passamos por dificuldades ainda maiores, e nao aguentamos mais levantar a bandeira da moralidade e da etica no partido, com tudo o que estao fazendo desde a morte de meu padrinho, nosso lider Leonel Brizola.
    Fundamos o partido no estado e sofremos todo tipo de ataques dos neoPDTistas que tem respaldo da nacional, estao destruindo o PDT.
    Estamos cansando do PDT... porque infelizmente... com tudo o que acontece aqui no MT... e respaldados pela nacional... vamos chegar no limite em pouco tempo, como vc companheiro, tambem infelizmente chegou.
    Ainda há pessoas serias como vc no partido, mas estamos sendo alijados pouco a pouco pela nossa postura de verdadeiros PDTistas.
    Grande abraço companheiro.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas