Golpear juntos!!! Marchar separados!

Muitos têm dificuldade de compreender por que estar unidos contra os avanços das deformas liberais e a perseguição jurídica de Lulla não deve significar marchar juntos eleitoralmente com o PT nas eleições de 2018...

É claro que devemos bater junto com todos aqueles que combatem as consequências políticas, sociais e econômicas do capitalismo dependente, mas, sem o compromisso dessas forças com o projeto histórico da revolução brasileira, teremos de marchar separados. A possibilidade de marchar juntos está subordinada à definição de um programa de governo coerente com a guerra que as classes dominantes declararam aos trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo e com a revolução brasileira. Essa é a questão central... 

Brizola rompeu com a frente antiditadura do PMDB, pois entendia que o projeto histórico dessa frente não correspondia a necessidade das lutas populares e classistas naquele momento histórico.
Não existe compromisso real - principalmente dos setores dirigentes do PT e Lulla - com a revolução brasileira e a superação do capitalismo dependente... Nem sequer com as reformas de base de Jango, hoje mais atuais do que nunca... 

Brizola apontou em seus tijolaços, já no início dos Governos do PT, que Lulla iniciava um processo de degeneração e se transmutaria em mais um político vulgar do mercado eleitoreiro das classes dominantes e do imperialismo. 

Mais uma vez, Brizola tinha razão...

No atual momento histórico, Lulla se resume a uma das opções eleitorais da ordem capitalista dependente e seu partido, a despeito de suas bases sociais ou militantes ainda comprometidos com uma perspectiva de ruptura, se degenerou em uma esquerda "possível" dentro dos limites estreitos da ordem capitalista dependente e não quer romper esses limites...

Desde a década de 90, começaram a surgir pequenos brotos de variadas sementes que caíram do processo de degeneração dos vários partidos de “esquerda” durante a Nova República e fruto da subordinação, politica e ideológica ao processo de transição lenta, gradual e segura da ditadura. 

Essas novas forças antiimperialistas e anticapitalistas, com a mais absoluta certeza, não irão se consolidar como uma alternativa de esquerda contra a ordem ficando a reboque do pragmatismo e do oportunismo eleitoreiro de Lulla e do PT ou de suas versões mais “radicais” – como Ciro e Manuela - oriundas de outros processos de degeneração partidária.

Essas forças devem bater juntos nas deformas liberais e na perseguição jurídica de Lulla, mas devem assumir o compromisso histórico de marchar separados e avançar na construção da revolução brasileira nas lutas dos trabalhadores da cidade e do campo. 

Resta-nos lutar por um futuro e não repetir o passado...


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