Sobre o próximos meses e o papel de uma esquerda não comprometida com a ordem da Nova Republica...

As massas não foram sequer convocadas para lutas e enfrentamentos em nenhum momento dos governos do PT... Somente agora quando está nas cordas, Lulla e o PT iniciaram a convocação da militância e de sua base eleitoral para fazer campanha depositando na eleição de Lulla a solução da crise da ordem da Nova republica...

Eles não conseguiram, ou não quiseram, aprender com o processo revolucionário da Venezuela que a miséria econômica só é superada quando se ultrapassa a miséria política. O cretinismo parlamentar, essa velha tradição de se iludir que as transformações vêm do parlamento e não da luta de classes, não é uma questão menor. Nem o que denominam de presidencialismo de coalizão que marcou os governos de Lulla e Dillma que aponta para a mesma lógica.

Foi exatamente essa lógica eleitoreira da politica que pavimentou a capitulação do PT a ordem da Nova Republica em sua fase neoliberal. Todos os partidos de esquerda fundados e/ou refundados dentro do contexto da abertura lenta, gradual e segura se submeteram a ordem da Nova Republica e, não é de hoje, estão em processo de degeneração, pois são a expressão politica da crise dessa ordem...

Nesse sentido o papel dos partidos de esquerda, ou de algum deles, que surgiram dos rachas ocorridos nesses processos de degeneração, é apresentar um programa que aponte para um governo que retome a luta por uma serie de bandeiras históricas das reformas estruturais de base e proponha uma pratica política baseada em convocar, mobilizar e organizar o povo para enfrentar esse covil de ladrões que é o congresso nacional através de manifestações, referendos, plebiscitos. Não apenas para rever o que foi feito pelos golpistas mas para superar os limites da ordem da Nova Republica, apontando para a construção de uma nova ordem...

E isso que eu denomino de revolução brasileira. Não tenho a menor ilusão em recuperar o "desenvolvimento" do subdesenvolvimento inserido na manutenção de uma ordem voltada para as minorias e uma "democracia", que na realidade sempre foi a democracia do andar de cima, para depois se pensar em um projeto revolucionário.


Como dizem meus alunos é "tudo junto e misturado" para não dar mais do mesmo ou piorar mais ainda...

Comentários

  1. Saudações caro professor Aurélio.
    Gostaria de saber a sua opinião sobre a candidatura Ciro Gomes. Tenho acompanhado diversos pronunciamentos dele em palestras e seminários Brasil afora através da internet, e vejo um Ciro muito mais progressista do que a maioria esmagadora dos candidatos. Claro que não é o candidato dos sonhos da esquerda, certamente nem de esquerda ele é, não vai fazer nenhuma revolução, mas ele, por exemplo, defende essa ideia de vencer a hegemonia do congresso através do chamamento do povo em plebiscitos para pautas bem de esquerda, como a taxação de grandes fortunas e a auditoria da dívida pública. Alguém poderia alegar que ele estaria blefando. Mas quem, em sã consciência nestes tempos de reacionarismo exacerbado, se passaria por alguém de esquerda achando que isso iria conquistar corações e simpatias gerais?
    Não seria o caso de sermos pragmático, ou seja, pensarmos na conjuntura acima de tudo e olhar com carinho a candidatura de Ciro, porque de todas as candidaturas com alguma chance razoável, é a única da onde se pode extrair alguma coisa? Ou tudo isso seria um engano?
    Grande abraço professor.

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